Após meses de preparação, chegou finalmente o dia de Festa da região Lisboa/Setúbal. Jogadoras e técnicas/os do Jogo das Raparigas, de ambos os distritos, fundiram-se num grupo de trabalho inexcedível na dedicação e empenho para que o objectivo fosse cumprido: proporcionar um dia diferente a todas as jogadoras que participaram no Encontro Regional.
Mais de trezentas raparigas do JOGO, acompanhadas por treinadores/as, dirigentes, familiares e pessoas amigas, convergiram no Jamor para colorir com o vermelho das camisolas um belo dia de calor!
Durante a manhã, o convívio de futebol 7, só possível com a colaboração do IDP, FPF e Fabrigimno, fez com que as muitas equipas distribuídas pelos campos do Jamor, surpreendessem (…e encantassem) as pessoas curiosas que paravam para assistir às partidas.
Nos intervalos dos jogos ninguém parou! Na tenda da Luzir, as jogadoras tiveram direito a uma fotografia personalizada, com o cunho sempre especial desta excelente fotógrafa. No espaço informal, realizaram-se os concursos de baliza de alvos, bola na barra, de toques e futevolei.
Todas as actividades foram acompanhadas por mais de duas dezenas de pessoas voluntárias, que com o seu trabalho incansável, contribuíram de forma decisiva para o seu sucesso, tal como a presença constante e tranquilizadora dos Bombeiros Voluntários do Dafundo.
Durante a hora do almoço, as participantes acomodaram-se junto ao palco onde decorreu a apresentação dos temas considerados mais importantes pelas jogadoras de toda a região. E não foi uma qualquer formalidade… O contexto desportivo, informal e alegre em que decorreu o Encontro, impunha encontrar formas inovadoras de expor os temas.
Sem as “securizantes” apresentações PowerPoint, num palco perante mais de 300 pessoas, as Raparigas do Jogo ousaram fazer algo diferente. Para cada tema, duas encenações: uma interpretou a situação do quotidiano, e a outra, o desejo e as propostas das Raparigas. E assim foi…
Isabel Cruz, vice-presidente da APMD abriu a sessão dando as boas-vindas a todas as pessoas presentes. Inês Neto, coordenadora do projecto “Jogo das Raparigas”, salientou o percurso de debates com todas as jogadoras, desde as sessões de dinamização, até às reuniões de preparação dos Encontros, destacando que as propostas constituem pontos de partida para o debate com outros agentes desportivos, treinadores/as, dirigentes e árbitros/as de futebol/futsal para que em conjunto se possa delinear estratégias específicas de desenvolvimento para o sector feminino. Maria Martins e Pedro Alves, responsáveis da dinamização do projecto, caracterizaram os números da prática federada em Lisboa e Setúbal, ilustrando a disparidade entre homens e mulheres – a grande bola grande de fitness para os praticantes do sexo masculino; uma pequena bola de ténis de mesa bastou para as praticantes do sexo feminino.
Seguiram-se os quatro temas eleitos: Iniciação e formação, apresentado por Carlota Filipe; Quadros competitivos, por Ana Raquel Dias e Tatiana Sequeira; Redução de custos da prática federada, por Carina Costa; e (In)visibilidade, por Ana Pontes. Todos estes temas foram enquadrados por sketches exemplarmente teatralizados pelas duplas “Carol e Joaninha” e “Carina e Vává”.
Os inesperados sketches, exemplificativos de situações reais, constituíram uma forma inovadora de complementar a exposição de cada tema, comprovada pelos muitos sorrisos na plateia. E sobre as propostas e recomendações a plateia reagiu com palavras de incentivo ou com um firme acenar de cabeça, indicando um não-verbal “é mesmo assim!”.
No final do debate foi reforçada a ideia de que a união e mobilização de todas constitui o principal passo para o sucesso do Jogo das Raparigas! Chegou o momento de exigir e não nos resignarmos à desigualdade como se fosse algo “normal”. A igualdade é um direito e cabe às raparigas lutar pela sua concretização.
Durante o resto da tarde, o convívio de futebol 7 contou sempre com o incansável acompanhamento das Damas do Fight, figuras encenadas da luta pelos direitos de todas, incansáveis em proporcionar o ambiente de festa no Jamor!
E foram também elas que encerraram o Encontro com a entrega de vários prémios: Sofia Valente, a mais habilidosa do dia ao vencer a actividade do concurso de toques; Daniela Azevedo, a mais certeira na final de bola na barra; Sofia Nunes, a mais constante ao vencer aos pontos a baliza de alvos; Ana Mendes e Júlia Gonçalves, as raparigas mais novas; e finalmente, Maria Manuela d’Espiney, a “rapariga” mais velha que esteve em campo neste fantástico dia.
O Jogo das Raparigas não tem idade, não tem etnia, não tem emblema… mas um simples acessório que apaixona e une milhares de raparigas de Norte a Sul: uma bola… e neste Domingo, todas as raparigas de Lisboa e Setúbal puderam fazer o que mais gostam.
Todas puderam jogar à bola! E certamente, pelo menos por um dia, todas se sentiram empoderadas e capazes de ter um papel activo na luta contra a discriminação no desporto. Todos os dias deveriam ser assim… cabe a cada uma de nós contribuir para isso!
No final do Encontro Regional só existiu uma pergunta: quando é a próxima vez?
Fotos da Luzir no Facebook : Clique Aqui! Fotos da Andreia Guerra no Facebook: Clique Aqui!
Agradecimentos porque sem o seu apoio e participação nada teria sido possível:
- Às Raparigas do Jogo pela sua participação;
- A tod@s @s Voluntári@s;
- À Luzir;
- À Fabrigimno;
- Aos Bombeiros Voluntários do Dafundo;
- À Federação Portuguesa de Futebol;
- Ao IDP;
- Ao CRC Quinta dos Lombos.
Fernanda Piçarra- Associação Portuguesa Mulheres e Desporto
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